quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pequeno grande encontro

Em meio a tanta gente conhecida se cumprimentando, sorrindo. Eu me deparo com você; acabo por fingir estou surpresa, embora agora eu ache que o melhor a fazer é fingir que sua presença não me causou reação alguma. Te encontro, e recomeço aqueles questionamentos e duvidas, curiosidade de saber o real motivo que  traz você alí. Com a esperança de que a resposta seja eu. Te encontro, não só você como aquele velho sorriso meio sem graça e o olhar meio desviado de sempre. Cá estamos nós, fingindo que esta tudo bem, sempre esteve. Sorrindo por não termos muito o que dizer, acostumados com o silencio que nos ronda de uma forma inacreditável. Puxando assuntos ridículos e míseros. Na verdade, não era nada disso que queriamos estar dizendo agora. Por alguns segundos parecemos não nos preocuparmos com o que algumas pessoas ali que conhecem a nossa história de cor, estão pensando pelo fato de estarmos ali, um de frente para o outro depois de tantos sentimentos jogados pelos ares. Finjo que não entendo essa sua magoa meio transparente, meio disfarçada de mim. Finjo que nem foi tão importante assim e que há muito tempo, deixei para trás. Entre pessoas me empurrando e esbarrando em mim - sem querer - ou até mesmo o destino fraco me colocando mais perto de você, eu olho para cima para encontrar os seus olhos, os encontro olhando para baixo, provavelmente para encontrar os meus. Como quem me faz recordar sobre aquelas suas piadinhas sem graça sobre a minha altura, que me deixavam profundamente irritava, te fazendo rir, mas deixando claro que se não fosse por ela, talvez você nem gostasse tanto de mim assim. Ao me recordar sorrio ao sentir que você se recordou também.
Escondo minhas mãos ao sentir que elas procuram ansiosamente pelas suas. Dispenso; qualquer tipo de lembrança que me faça cometer alguma loucura, que se compare com aquela de ter deixado você ir. Ao me lembrar que quando decidi por dizer que a minha vontade foi que você ficasse, você deixou claro que talvez fosse tarde, me irrito! E você percebe, do tanto que me conhece. Decido por me afastar, dizendo que vou procurar uma amiga, que foi bom te encontrar, sentindo aquela sua velha feição de: "eu quero tanto te dizer uma coisa.." E antes que eu queira mesmo saber que coisa é essa que nos move, ou nos faz ficarmos imóveis toda vez que estamos perto, vou para longe. Não olho para trás e não me arrependo por fugir assim da raia. Finjo que foi a coisa mais normal do mundo te encontrar e que a nossa conversa sem nexo não me fez suar. Permaneço longe; medrosa. Te vejo me olhando como quem não tivesse tirado os olhos um segundo se quer de mim, desde que sai do seu lado e que presenciou todas as minhas sensações, caretas e sorrisos, pós ficar tão perto de você. Fico sem graça, desvio como quem estava pensando em outra coisa. Me surpreende vindo a minha direção, andando lentamente, enquanto meu coração ensaia várias danças por esperar sua reação. E alí você me entrega o colar que deixei caí, de tanto segurá-lo forte em meio a nossa conversa, por não ter onde colocar a mão, por não ter preparado alguma reação antes. De tão sem graça que você consegue me deixar. Agradeço e peço desculpas, de não sei o que, mas peço de tão desastrada que sou. Você sorri, acredito que no fundo veio só pelo prazer de ver a minha reação quando é você que se aproxima. Meu susto, o espanto de pensar que talvez você tenha vindo por vontade louca sua. Caio em si, lembro que foi mesmo o colar o causador da sua repentina aproximação, mas não nego que suspiro ao pensar que ele tenha sido apenas uma desculpa para me ver sorrir pra você, de novo. Em meio a tanta gente assistindo esse espetáculo todo chamado: Eu e você. Resolvo ceder e ouvir os comentários, resolvo também concordar com eles. Eu mexo com você, tanto quanto você ainda mexe comigo!

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