domingo, 10 de abril de 2011

O que ficou, foi o que passou

Nunca soube como começar nada, começar a falar de você então se tornou algo impossivel, depois do tempo sem te ver, sem presenciar os motivos do teu sorriso. Ousei te procurar, saber como esta, com o minimo de maldade possivel, já que fui eu a causadora do fim. E quando você me recebe, com sorriso de orelha a orelha, cabelo bagunçado, bermuda, camisa faltando ao corpo, me espanto de ver o homem que você se tornou, vejo que aquele sorriso de menino nem existe mais, ao te abraçar sinto que o perfume não é o mesmo. Vejo que você cresceu de uma maneira que eu nem imaginava, mas que não perdeu a velha e fiel vivacidade que me conquistou. Pergunto pela sua familia, da qual eu gosto tanto e sinto falta, você responde que eles vivem perguntando sobre mim, e pelo jeito ficam sem respostas. Me elogia, me olga e não disfarça, aliás, disfarçar pra quê?! Eu é que tento disfarçar, que a minha vida continua a mesma, crio fatos e transformo os que nem foram tão importantes em grandes acontecimentos, para assim te impressionar. Você nem precisa dizer muita coisa pra provar que esta feliz, só de estar perto de você, posso sentir que esta feliz, talvez como nunca esteve. Que tem ao seu lado uma pessoa que te realiza de todas as formas. Você não diz, talvez para não me provocar ou por saber que isso pode de uma certa forma, me afetar. Mas sou eu que percebo, e como não perceber? Quem não há de concordar comigo? Apesar da minha supresa e espanto, fico feliz por você. Fico feliz por conhecer esse novo você. Quem não é o mesmo que me teve em seus braços, mas que ainda lembra, assim de fundo, ele. Percebo que não perdeu a mania de coçar a cabeça, mesmo sem sentir coceira, de andar descalço, como faz a anos, sem cessar. Que ainda guarda nossa foto com dedicatorias e corações atrás, com direito até a um lugarzinho especial na gaveta de tranqueiras. Cada vez me convenço mais que consegui, depois de todos os erros, conquistar a sua amizade, e que por você não há mais magoa ou qualquer coisa assim. Percebo que pela primeira vez, conseguimos conversar por mais de 30 minutos, sem brigar, sem nos provocarmos, ou até mesmo nos agarrarmos aqui mesmo como fizemos vezes e mais vezes. Confesso que estou sózinha, você me diz que acha que é por pouco tempo, que como eu existem poucas, e que por isso vou achar alguém que me mereça, tanto quanto você um dia mereceu, talvez, me trazendo assim mais felicidade. Me aconselha a ser menos geniosa, orgulhosa e manhosa. Revido te aconselhando a ser menos egocentrico e ciumento, enquanto a minha cabeça é invadida por lembranças boas. Chegamos ao fim da nossa conversa, rindo. Desejo e peço para Deus que eu sinta essa felicidade tua, também. Entendo que o nosso tempo foi aquele e que não tem mais nada a ver. Me despeço, deixando claro que você pode contar comigo para o que quiser, o que viver, mas espero que você não precise, quero e acredito que será muito feliz. Você me abraça, hoje, como uma velha amiga. E eu vejo que aquelas duas crianças, orgulhosas, que não davam o braço a torcer por nada, hoje podem lembrar de tudo e sorrir juntas, como não faziam há tempos. Sigo com o alivio de que passou, de que ajudei você a se tornar o homem que é, e hoje sou mais mulher por isso também.

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